sábado, julho 28

Sabores



Uma vez ouvi do meu pai que o tempo corre depressinha, que a vida é feita de fases e que muita coisa nestas fases eu poderia não achar fácil, especialmente se  não me preparasse para tanto.
Posso confessar sem maiores culpas que, naquele momento, não dei bola. A atenção foi total (senão tinha bronca). Olhava bem para as expressões sérias dele, repetindo suas palavras, pensava um pouquinho e pronto, passava. Acho que somente o tempo amadurece algumas ideias e, com bastante esforço (e mais algumas coisinhas), o saldo lá no final  mostra uma carinha bem amiga, bem no estilo... "Ok, você fez um bom trabalho!"
E assim tem sido. Vêm as fases, faço umas pausas (curtinhas, ó só), penso, coloco cada pedacinho de tudo na balança e, depois de observar - sempre - que gastei bastante com roupas e livros - me alegro por perceber e sentir que não posso me queixar de muita coisa. Existem conflitos, dúvidas cruéis,  aqueles momentos Ser ou Não Ser (vários), mas no apanhado geral, há muito a agradecer.  Desse tanto, vêm junto as lições. E dignas de celebração, também.
 E as perdas?
Quando perdemos (ou achamos que), o coração se revolta, porém aprende até. Depois, mais tarde, conseguimos enxergar que era tudo necessário. Brutal e vital.  São etapas cruciais; Vão lá no íntimo e reviram tudo. Mas com força, atravessamos. E na volta a  bagagem está refeita e  cheia de tesouros. Daqueles que não perecem (imagino que era sobre isso que meu pai conversava, para isso que ele insistia em me chamar atenção).
Sim,  da para tirar destas horas, aparentemente, ingratas uma vastidão de novidades. 
Numa destas,  há os que aconselham, que profetizam, que invadem. Há ainda os que se calam e vibram baixinho por nós (se bobear são os mais corretos), mandando aquele Axé, como costumo ouvir da amiga queridíssima Neide (amo!).
Aí paro. E penso de novo.
Passou tudo. Ficou bastante.
O sol está lá fora. Tem o suflê de cenoura do marido. Os versos que recebi dele quando meus filhos nasceram... os perfumes inesquecíveis (e as tantas recordações junto deles)...
E os shows bacanões? Os amigos coladinhos bem pertinho? Ah, é bom.
Tem a receita de alcachofras da minha madrinha... O céu de inverno. Lindo, lindo. Cheio de contrastes.

Ah, e claro, tem o JK IguatemE, porque não sou de ferro. E mais tudo o que merecemos!

Viva!

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