segunda-feira, agosto 29

UMA CONVERSA COM O THEO E A SOFIA

Filhos são filhos.
E por esta simples razão dedicamos a eles sempre  o nosso melhor. Cada uma de nós com seu jeitinho, unindo aquilo que aprendeu com a mãe, com a mãe da mãe, mais o que julga correto, ou eficiente, mais uns conselhos daqui, umas dicas de lá.
Para algumas coisas temos táticas, para outras muitas dúvidas, erramos vez ou outra, mas seguimos tentando sempre. Ora de tanque cheio, ora na reserva, porém persistindo incansáveis.
Em casa -  na hora da turbulência -  aprendi aplicar, além dos corretivos tipo castigo, uns super sermões nos figurinhas Theo e Sofia. Sim, eles  sofrem um pouquinho, mas o resultado é considerável... pelo menos por uns 4 ou 5 dias. Aí, quando a  maré fica mais calma, ensaio (meio emotiva) um papo mais levezinho, para ter com eles num daqueles momentos bem maternos, só nós três:

Amores, a mamãe tem aprendido tanta coisa. E um montão delas com vocês. 
Com sua fragilidade, com sua doçura, com as algazarras, a euforia e espontaneidade, com sua alegria sem fim.
A vida de adulto, filha não é ruim não. Podemos mesmo fazer muitíssimas coisas divertidas sem pedir a ninguém, porém é preciso trabalhar bastantão, estudar e cuidar de tudo o que é de nossa responsabilidade. Todos os dias. Fazer tudo direitinho.

Theo, a mamãe acha tão bonita, tão pura sua curiosidade, essa avidez por saber logo de tudo. Aos pouquinhos você vai conhecendo e claro, experimentando sobre tudo o que você pergunta, tá? A mamãe adooora te ensinar, e o papai também, mesmo com aquele jeitão meio bravo que ele tem.

Crescer, filhotes, é gostoso. Cada etapa, cada idade que a gente completa, traz coisas diferentes para nossas vidas; podem ser novos amigos, novas lições, lugares bacanas que conhecemos e mais uma porção de brincadeiras para brincar. Mas para que tudo isso aconteça, temos que ser obedientes (o que é meio chato às vezes, mas é importante) e respeitar sempre os mais velhos e os amiguinhos.
Tem que comer tudo, sim. As frutas, as verduras e os legumes principalmente... Não tem jeito, tem que raspar o prato! Guardar os brinquedos e saber dividí-los com o irmão, sem fazer aquele bico enooorme e ainda fazer toda a tarefa de casa. 

Sô, irmãs mais velhas acabam tendo que ensinar algumas coisas que já aprenderam, ao caçula (Anne, olha uma primogênita sendo moldada segundo os costumes) e Theo, nossos irmãos mais velhos são nossos companheiros e parceiros mais verdadeiros (mesmo que demoremos a notar).
Depois ainda sobra tempo pra gente fazer várias coisas juntos, tudo aquilo que vocês adoram!

Quando os dois crescerem um pouquinho, vão entender melhor tudo isso. A relação das coisas. Vão conhecer muitas delas e continuar ansiosos por outras tantas. Em alguns momentos vão achar tudo emocionante e super legal e em outros tudo muito chato. A vida é assim.

Enquanto isso, ser criança é mais que bom. É meio mágico, até.
Podemos ir ao dentista, ao médico e a outros muitos lugares fantasiados de batman ou de princesa e todo mundo achar lindo. Dá pra inventar e fazer coisas como pintar o umbigo e as unhas com canetinha, pra depois a mamãe ter o maior trabalhão na hora do banho, comer pirulito e sorvete e se lambuzar  da cabeça aos pés, brincar de esconde-esconde (mesmo que seja só de dois), levar brinquedo na escola e mais uma infinidade de coisas.

Pois é, na vida temos muitos deveres, mas ela é mais que boa se soubermos aproveitar. 
Eu conheço vááários adultos que sentem saudade disso tudo, e querem voltar a ter essa idade tão bonita, outra vez!

P.S: A Anne escreve o blog Super Duper. É Super divertido e cheio de coisas bacanérrimas. Parada obrigatória para as mães de plantão. Bjo Anne
Bjo a todos!

sexta-feira, agosto 26

SIM, ACEITO!



Viver a dois é uma das coisas mais gostosas, mais extraordinariamente incríveis e curiosas da vida. O casamento tem o super poder de prender e libertar, de dar e tirar e de tantas outras coisas paradoxais; É um exercício diário de amor, paciência e concessões,  que apesar de tão difícil, pode ser também, surpreendentemente gratificante e enriquecedor.
Não, não precisa ser até que a morte separe; o legal é ter e poder contar com um verdadeiro amigo, durante a longa jornada de buscas e descobertas que cada um de nós experimenta. Enquanto tiver que ser.
Há os que se dizem avessos ao  matrimônio, ou pelo menos a toda aquela coisa ritualística das cerimônias, mas o que normalmente percebo (especialmente nas rodas femininas), é que todos aqueles que estão fora, como diz o ditado, querem se encontrar... digo, entrar!
Falando por mim, confesso que mesmo carregando dentro do peito uma faceta sempre  romântica, me pegava confrontando esse tal romantismo e praticidade,  o emocional e  o racional, procurando me assegurar que estava no controle de tudo (como se fosse possível).
Vivendo hoje bem casadinha, sinto que, por aqui, foram generosos os ares do casamento. Passamos diversas fases. O fácil, o difícil, o encantador. As manias, as coisas engraçadas, as absurdamente irritantes (rs), as que aprendemos a tolerar... e contudo, acho que ganhei um "novo espírito", que me revitalizei depois dos votos de fidelidade. E lá se vai um "bombocado" de anos junto dele...
Promessa de felicidade não temos quando se pensa em vida a dois, mas com certeza ela se torna mais intensa e mais bonita. O dia-a-dia são aquelas velhas e eternas tentativas de equilibrar tudo: filhos, trabalho, o marido... dentro das minhas várias fases e humores. Tentar combinar amor, respeito, cumplicidade e ainda preservar  meu eu, minha individualidade. Vira e mexe ouvimos que nós mulheres somos muito complicadas, mas sabemos que não é verdade. Somos sim muito cheias de sentimentos, meio vendaval de emoções (entre tantas outras coisas), que um abraço carinhoso já aquece, já acalma.
De verdade,  somente bons parceiros são capazes de se sustentar na hora da dor, de sorrir os sorrisos mais sinceros nas conquistas e de quebra, ainda fazer com que o outro se sinta forte e poderoso para as batalhas que não cessam.

quinta-feira, agosto 18

PLANEJAR OU DEIXAR ACONTECER?

- Mamãe, eu vou cantar uma música pra você!

- Bom dia, mamãe! Te amo!!

- Mamãe, senti sua falta... sonhei com você.

Ah, vida de mãe é bonita, não é? Todo dia a gente da o banho, a comidinha, olha os deveres da escola, tira caca do nariz, corre, corre... mas isso tudo é cheio de poesia, alegra nossos dias; Tira um monte de coisas do lugar e também encaixa tantas outras. Maiores e melhores.

Às vezes paro e fico avaliando e reavaliando o que fiz, o que quero, se vai dar tempo, se são coisas viáveis... Sempre fiz isso. Não sei com quem aprendi, nem se é algo tão importante para o desenrolar de nossos planos e acontecimentos pessoais. O que sinto com mais certeza é que, muito do que nos está reservado, nem sempre depende de uma ou outra atitude em particular. É complicado isso. Envereda para aquelas questões de livre-arbítrio X destino e isso é crença de cada um; o bacana é saber que quando menos esperamos a vida nos presenteia, surpreende, e acho que é assim que ela nos ensina. 

Comigo foi assim ao me perceber dentro do universo das fraldas, mamadeiras, das cólidas, das dúvidas. Enquanto eu ia "me preparando para ser adulta", nunca planejei (nunca mesmo) algo tão grandioso, deixava sempre para pensar em filhos, mais tarde. Eis que hoje eles são inspiração para todos os projetos, me ensinam a amar, a perdoar, a reciclar. São tão pequenos e tão perfeitos.
Vivo cheia de incertezas, meio preocupada, sobrecarregada... porém muito mais motivada e, paradoxal  e estranhamente (rs), mais recarregada. E é bom. Demais.
Com tudo isso, penso que o resto que me cerca pode ser mais leve. Aquelas pequenas agonias do cotidiano ficam mais fáceis de contornar. Continuo tendo que atravessá-las e seguir em frente, certa de que é mesmo a família, este ciclo sem fim, quem nos guia.


segunda-feira, agosto 15

UM, DOIS FEIJÃO COM ARROZ, TRÊS, QUATRO FEIJÃO NO PRATO, CINCO, SEIS TUDO OUTRA VEZ


Domingo, dia dos  pais, não pude estar com o meu. Mas o coração e os arquivos de infância estavam mais que remexidos; deu aquela saudade de um tantão de coisas... meu pai aconselhando, meu pai ensinando, meu pai bronqueando (e feeeeio).
A vida é cheia de presentes pra gente, distribuidos em suas tantas fases, todas bonitas, todas marcantes a seu modo; e são tão boas que eu, invariavelmente, tenho vontade de reviver algumas, sem contar que continuo ansiosa, pensando nas seguintes...
...É, aquele passeio no tempo... acontece sempre!
No domingo, talvez pela data especial, recordei alguns episódios.
Aos 7 ou 8 anos, desfilando com as gargantilhas, saltos e maquiagem de minha mãe, querendo pular alguns estágios e ir logo para os 18, 20 anos. Sonhando crescer... (Familiar? rs)
Mais adiante, me imaginava dentro dos 30, desfrutando tudo de maravilhoso que minhas fantasias e desejos moldavam para o pacote balzaquiano.
(Meu pai, sempre presente nestas "etapas", dizia: Mi, aproveita sempre o hoje, na sua vida... E ainda parafraseava os Paralamas: O Trem da Juventude é veloz.)
Aí ok.
Cá estou, falando diretamente dos meus 30 e poucos, embalada de leve por uma vontade traiçoeira de dar um pulinho no passado, ver outra vez tudo isso que guardei por lá. (Curioso, né?)
Não, nada de arrependimento. Pura e simplesmente a vontade meio torta, feminina de buscar alguma coisa nos arquivos mais antigos... Talvez tempo ou a disposição dos 20 para cuidar da prole. (Passa pela cabeça aquela frase brega: Se eu tivesse o corpinho de antes com a cabeça de hoje... huuum). Depois tudo volta aos eixos, acho até meio natural.
Cada porção de anos, cada fase da vida, é boa. E mesmo que alguns momentos exijam de nós muita paciência e bom humor (só pra ajudar),  os balanços gerais comumente são positivos, se olharmos com verdade e um tantinho de complacência para o que já erguemos ou tentamos erguer.
Coincidentemente - ou não - no fim de semana a Sofia (filhota com 7 lindos anos, japa linda, linda de viver da mamãe) e eu conversamos:

- O que foi Sô? Por que o bico?

- É que eu queria ser adulta, não gosto mais de ser criança!

- Ah é? E por quê?

- Porque os adultos podem fazer um montão de coisas, tipo dormir tarde e  pegar as coisas sem pedir para ninguém...

- É, mas você é criança. E ser criança é bem divertido, da pra brincar bastante e fazer muitas outras coisas bacanas.
(Mas o que fui logo escutando em alto e excelente som, foi:)

- Tá mamãe! Mas eu quero mesmo ser aduuulta. É beeem mais legal!


terça-feira, agosto 9

RECEITAS


Cozinhar e colecionar receitas não é das coisas que mais curto (ou sei) fazer. Fico, por assim dizer, no time dos admiradores dos artistas culinários.
O máximo que  arrisquei escrever sobre o assunto, foi um post de título Receita de Felicidade que era, na verdade, mais um registro de um trabalho escolar dos meus filhos - desses que mãe babona adora ficar olhando e olhando - que um texto puramente meu. De qualquer forma é uma das coisinhas mais especiais que o blog carrega sobre o Theo e a Sofia.  Quem quiser esse passo a passo completinho, tá tudo aqui.

Há algumas semanas sem postar nada, confesso que me derreti (de novo) ao reler sobre  os doces ingredientes citados na receitinha dos pimpolhos e o modo simples  como seus coraçõezinhos reuniram tudo o que faz (ou deveria fazer)  felicidade.
Crianças são assim. Cheias  desse belo que sempre falamos - e ouvimos -  que  também deveríamos ter. E é bom... Tanto a ideia em si, quanto a possibilidade de podermos adquirir ao menos um pouco dessa beleza, todos os dias. Acho que é aquela história de  eternos aprendizes; o que não fiz ontem posso realizar hoje e o que não alcancei hoje, pode perfeitamente ficar para amanhã, um dia que ainda não está pronto, que se abrirá como uma chance nova  para ensinamentos e aprendizados.
Felicidade é algo que nos toma o pensamento... estamos sempre querendo ser feliz, nos preocupamos com mil coisas chatésimas (que não cabem aqui), sem nos atentar às tais chances.
Chance é felicidade pura, e compõe cada minuto, cada instante do dia novo que recebemos.
Obviamente aquelas incertezas, as probabilidades matemáticas que uma coisa tem ou não de acontecer, e que vêm junto das tantas oportunidades, freiam muito do que gostaríamos de arriscar... ao mesmo tempo contornam a vida de uma emoção que é praticamente combustível para o que pretendemos construir.
É, felicidade não tem mesmo receita ( uma máquina do tempo talvez ajudasse... Programar dia e hora pra desembarcar no futuro só pra dar uma espiadela e voltar).
No máximo é possivel colocar um punhadinho a mais de açúcar aqui ou ali, um sorriso no rosto... no mais é ficarmos atentos às fases lindas dos nossos filhos, curtir os bons momentos ao lado dos amigos e do amado, comer um doce. Lembrar que bonito mesmo é o simples da vida e é ele quem nos completa e faz feliz de verdade.
 

Este mês fiz aniversário (fica meu obrigadããão aos amigos pelo carinho, pela pilha de recados no facebook, pelos telefonemas e outros tantos mimos), passei por momentos cheios de alegria, já comi o que deveria e com certeza o que não deveria, senti muita falta dos amigos daqui...
O que a montanha de afazeres não permitiu, o pezinho imobilizado vai dar, que é mais tempo para o blog. bjks.



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